Ouvia lá no fundo do tumbeiro
O clamor de um guerreiro
Condenado a solidão
No mar castigo, degredo do açoite
Adormece negra noite, amanhece escuridão
A dor não resistiu a escravidão
Então se pôs a rezar aos Deuses de Yorubá
Um acalanto a salvação
Era a fé que acalmava o coração
Nos cafezais ou nos canaviais
Meu Deus do céu que agonia
Tem piedade de nós, oh, meu Senhor!
Que covardia
Braço forte que não cansa
Não perdia a esperança, não parava de lutar
Tem canto e dança, no Quilombo alegira
Assinada alforria, liberdade, vai raiar um novo dia
Valeu, Zumbi, valeu! Mas será que já raiou?
Hoje o negro é doutor, não sei bem se ele tem paz
Correntes, Senzalas nunca mais
Difícil é o nome do negro esquecer
É a raça em harmonia, o orgulho de dizer